quarta-feira, 30 de abril de 2014

O SORRISO DAS ESTRELAS


Autor: Nicholas Sparks

Título original: Nights in Rodanthe




Sparks não faz propriamente o meu género de leitura, mas a verdade é que já li alguns dos seus livros, primeiro por curiosidade, tal é o seu sucesso, e também porque algumas pessoas que visitam o blog pedem para que leia alguns livros. E a verdade é que mesmo não sendo o meu género, Sparks consegue surpreender-me em alguns momentos, com temas interessantes e que encaixam bem na sua escrita simples e rápida.

Este é o livro mais pequeno e rápido que li do autor, graças à já habitual escrita simples do autor, sem extensas descrições nem enredos demasiado complexos. Este livro é esse espelho: um enredo simples, sem reviravoltas ou surpresas, e que se torna num daqueles livros que lemos num instante durante um fim de semana. Com poucas personagens, o enredo começa a desenvolver-se rapidamente, e em poucas páginas já estamos "dentro" da história, num livro que tenta ser leve mas com uma mensagem.

Aliás, este autor tenta sempre passar algumas mensagens, que o leitor poderá interpretar como quiser, pois o autor opta por nunca ser direto, deixando-nos espaço para pensarmos e tentarmos reter o que de mais importante este livro nos pode dar. Neste caso, também existem algumas mensagens, sendo que talvez a mais importante seja a noção de que nunca é tarde para procurarmos ser felizes. A felicidade deve ser sempre o nosso objetivo, qualquer que seja a nossa idade, qualquer que seja o nosso passado. Esta é a base deste livro, pelo menos no meu ponto de vista, e que dá significado ao que vamos lendo. 

Claro que o livro tem momentos mais "lamechas" e alguns momentos que parecem forçados ou óbvios mesmo antes de acontecerem, mas quem gostar do autor e deste género, terá aqui mais um livro interessante. Na minha opinião o forte deste livro são as personagens, pois estão bem construídas para um livro tão pequeno e que se quer rápido. Sparks dá-nos o essencial, de forma bem estruturada e segue um caminho mais simples e rápido para manter a leitura suave e célere.

No global, quem gostar do autor também gostará deste livro. com as suas mensagens, simplicidade e final cheio de emoção. Para quem, como eu, não seja um fã do autor, este livro lê-se rapidamente e sem grande esforço, sendo um livro que se encaixa bem no género. Quem não conheça o autor, tem aqui um bom livro para começar, pois é rápido e tem tudo o que o autor costuma colocar nas suas obras, sendo um bom ponto de partida para conhecer um dos escritores que mais vende no mundo. Claramente virado para o público feminino, Sparks sabe o que faz e as vendas comprovam-no. 

Luís Pinto

segunda-feira, 28 de abril de 2014

Passatempo: Tea-Bag - Vencedor


PASSATEMPO

Tea-Bag
o sorriso da esperança

Vencedor!


Chegou ao fim mais um passatempo em parceria com a Editorial Presença e queremos agradecer a todos os que participaram para ganharem um exemplar deste livro de Henning Mankell.

A todos os que não ganharam, desejamos melhor sorte para a próxima! Estejam atentos a novos passatempos!


E o vencedor é: 

Helena Isabel Guerreiro Muralha Bracieira




Sinopse:

Jesper Humlin é um conceituado poeta sueco que está a passar por uma fase algo caótica da sua vida pessoal e, para cúmulo, o seu editor, intima-o a escrever um policial, género que o poeta despreza. Um dia, Jesper vai dar uma série de palestras na zona de Gotemburgo e entra em contacto com uma comunidade de imigrantes ilegais. Mas são três jovens, em particular, que o irão marcar profundamente e inspirá-lo para uma nova aventura literária - Tea-Bag, uma refugiada nigeriana, Leila, oriunda do Irão, e Tania, uma jovem da Europa de Leste. Cada uma delas traz consigo uma história de vida, a fuga à opressão e o anseio pela liberdade, uma voz que deseja ser ouvida e que faz nascer em Jesper a vontade de a dar a conhecer ao mundo. Um romance inspirador, iluminado pela esperança, a comédia e o humor e ensombrado pela realidade trágica das vidas que sofrem a marca indelével do preconceito e do racismo.

Henning Mankell nasceu em 1948, numa pequena cidade do Nordeste da Suécia. Publicou o seu primeiro romance em 1973, mas só se tornou conhecido em todo o mundo com a obra Assassino sem Rosto, de 1991, e com outros romances policiais, protagonizados por Kurt Wallander, que a Presença tem editado na coleção «O Fio da Navalha». Henning Mankell é um dos autores mais prestigiados a nível internacional e o conjunto da sua obra, traduzida em 45 línguas, vendeu já mais de 40 milhões de exemplares em todo o mundo. Tem sido distinguido com inúmeros prémios, entre os quais o Crime Writers’ Association Macallan Gold Dagger e o German Tolerance Prize. Mankell divide o seu tempo entre a Suécia e Moçambique, onde é diretor do Teatro Avenida, em Maputo.
 

DO AUTOR DE BESTSELLERS INTERNACIONAIS

COM MAIS DE 40 MILHÕES DE LIVROS VENDIDOS

sábado, 26 de abril de 2014

Passatempo: Gordon Ramsay - Vencedor!


PASSATEMPO

Gordon Ramsay

Cozinha sem limites

Vencedor!

Chegou ao fim mais um passatempo e aproveitamos para agradecer a todos os participantes. Infelizmente só podemos oferecer um exemplar, e por isso desejamos a todos os que não ganharam, melhor sorte nos próximos passatempos!

E o vencedor que receberá em casa este livro é:

João Esteves Gouveia

Novamente, obrigado a todos por participarem, e estejam atentos aos novos passatempos!

quinta-feira, 24 de abril de 2014

TRÍPTICO


Autor: Karin Slaughter

Título original: Triptych



Vencedor do PLB 2013 (Prémio Literário Blogosfera, do qual tive o prazer de ser júri) na categoria de Melhor Policial, este foi o primeiro livro que li da autora e adorei. A autora junta vários temas e conceitos de thrillers e poderá parecer que exagera na mistura que faz, mas apenas para quem não ler este livro. A mistura é quase perfeita, oferecendo ao livro uma atmosfera e intensidade como já não lia há muito tempo num livro.

Em primeiro lugar devo realçar o detalhe gráfico que a autora consegue dar a um livro onde o ritmo é sempre elevado. Existe uma notória capacidade de explorar o que é importante enquanto tenta chocar o leitor com algumas descrições mais violentas que nos façam perceber os cenários que as personagens terão pela frente. É, inevitavelmente, um livro violento, mas tal violência nunca me pareceu forçada ou fora do contexto. É óbvio que a autora nos quer agarrar desde o início, e a mim agarrou-me com alguns detalhes interessantes do primeiro homicídio, e a verdade é que não consegui parar de ler.

Todavia, para mim, o grande trunfo do livro são as personagens. Sem estar aqui a explorar nenhuma de forma direta, devo dizer que o que mais me agradou foi a forma como a autora vai, lentamente, buscar pequenos detalhes do passado de cada personagens, levando-nos, não só, a conhecê-las melhor, mas principalmente a alterar a forma como estamos a olhar para a investigação e os motivos de cada um. Neste aspeto, a autora surpreendeu-me porque não guardou todas as surpresas para o fim. Aliás, existem algumas revelações, na primeira metade do livro, que oferecem a sensação que não estamos a ler o típico livro policial onde tudo é revelado nas últimas páginas. E é assim que a leitura é sempre interessante e intensa.

A ideia base é bastante interessante, talvez com um ou outro momento que podem parecer forçados, mas a forma como o enredo se desenvolve é bastante inteligente, principalmente na forma como explora as ligações entre as personagens, ajudando o leitor a ter um conhecimento mais aprofundado, mas sem nunca descurar o elemento mais importante: chocar o leitor. E esse choque não se origina apenas no enredo e nas descrições violentas, mas também no passado das personagens e na forma como irão decidir em alguns momentos, surpreendendo, acredito, a grande maioria dos leitores. Aos poucos entramos na história e as nossas dúvidas começam, e questionamos quem ganha com tal situação, quem tem motivo para tal, que pista já foi revelada mas nos escapou.

Um bom policial tem de ter respostas coesas e inteligentes. Tríptico é um desses livros, e ainda junta boas personagens, muitas surpresas do início ao fim e ainda um ritmo poderoso, oferecendo uma leitura intensa e difícil de parar. Em alguns momentos é chocante e violento, mas no fim existe a noção que nada está fora do sítio. Este é o dos melhores policias que li nos últimos tempos, e se são fãs do género, então este livro é mesmo recomendado.

Luís Pinto


terça-feira, 22 de abril de 2014

MORTE EM PALCO


Autor: Caroline Graham

Título original: Death of a hollow man


Sinopse: Todos os atores adoram um bom drama e os membros da Causton Amateur Dramatic Society não fogem à regra. Românticas cenas de amor, momentos de ciúme e desespero, reconciliações operáticas, egos em fúria… as emoções estão ao rubro nesta produção amadora da peça Amadeus. Todavia, até as mentes mais criativas têm de admitir que assassinar o protagonista em palco é um pouco excessivo. Felizmente, o inspetor Tom Barnaby está na plateia e assume o controlo da situação. Da ex-mulher ressabiada a inesperados amantes secretos e atores invejosos, não lhe faltam suspeitos. O que parece faltar-lhe, sim, é objetividade. O bom inspetor conhece perfeitamente todos os envolvidos, são seus vizinhos e amigos, e por isso mesmo, conseguirá ver quem eles realmente são?



Este é o 2º livro que leio da série do inspector Barnaby, e após um primeiro livro que gostei bastante, as expectativas eram altas. Com uma narrativa calma e atenção ao detalhe, Graham apresenta o mesmo estilo que no livro anterior, com diálogos inteligentes enquanto nos oferece pistas que por vezes não conseguimos decifrar. 

O que mais gosto nos livros desta autora é o facto de ela olhar para as personagens como a base da trama. É com as suas ações, os seus olhares e os seus comentários durante o enredo, que nós, leitores, vamos tentar perceber o mistério, e provavelmente seremos enganados. Neste livro, que começa com um ritmo forte, para depois baixar durante a investigação, o que apreciei mais foi, tal como no livro anterior, a forma como a autora explora a vida nestas antigas aldeias onde todos se conhecem, tudo se fala, tudo se sabe. Um ninho constante de mexericos onde muitos querem saber tudo, quer seja para comentarem, ou porque invejam a vida do vizinho. 

E assim a investigação começa, existindo sempre a sensação que uns não estão a dizer a verdade porque não a podem dizer, outros inventam para mostrar que sabem mais do que realmente sabem, outros são tão honestos que parecem falsos... e pelo meio está o culpado, e não será fácil perceber quem é. E é nesta vida de aldeia que se sustenta o suspense do livro. Iremos ver um Barnaby que parece confuso, mas na realidade nunca sabemos se está... ou se já percebeu o que a nós nos escapou. 

Outro aspeto interessante são as histórias secundárias. A autora não se limitou a criar um policial onde a investigação ocupasse a totalidade do enredo. Pelo meio teremos pequenas histórias de algumas personagens e que ajudam a tornar este mundo mais sólido, mas principalmente a criar pontos de ligação e a levar-nos a conhecer algumas personagens, obrigando-nos a fazermos a nossa própria investigação, e é esse o grande prazer de lermos um policial. 

O que temos aqui é um policial dentro do estilo inglês que Agatha C. nos habituou. Com um ritmo mais calmo, sem grande ação, o mistério é a base do livro e foi-me muito difícil parar de ler. Gostei bastante da forma como a autora criou algumas ligações, interesses e invejas, e também da forma como toda a comunidade reage ao homicídio que é o centro do enredo. O final é inteligente e sólido se depois olharmos para toda a investigação desde o início, e devemos dar o mérito à escritora pela forma como nos engana. 

Estando ao nível do primeiro da série Barnaby, se gostam deste género de policial, mais clássico e lento, este livro é uma boa opção e deve ser lido!

Luís Pinto  

sexta-feira, 18 de abril de 2014

12 ANOS ESCRAVO


Autor: Solomon Northup

Título original: Twelve years a slave



Sinopse: Nova Iorque, 1841. Solomon Northup, um negro livre, vive com a mulher e os filhos. Leva uma existência pacífica, entre os dotes de carpinteiro e o talento para tocar rabeca.
Ao aceitar o convite de dois homens para entrar numa digressão, vê a sua vida mudar para sempre. A glória e o lucro prometidos transformam-se num pesadelo quando, após uma noite de copos, acorda acorrentado.
É comprado pelo dono de uma plantação na Luisiana e, a partir desse momento, torna-se um escravo. Decorrerão doze anos até ser finalmente libertado.
Doze Anos Escravo foi escrito durante o seu primeiro ano de liberdade e conta a sua experiência de vida ao longo dos anos de cativeiro. Um relato extraordinário pela voz do próprio Solomon Northup.


O livro que originou o filme de 2013 é um soco no estômago de cada leitor. Inspirador e cruel, cheio de esperança mas também de tristeza, esta é uma das histórias mais marcantes que li nos últimos tempos... não só porque tais descrições me revoltaram, mas porque senti que tal poderia ter acontecido a qualquer pessoa numa época em que o lucro estava acima de qualquer valor moral... e será só um problema dessa época? Desde quando é que o dinheiro está, para muitas pessoas, acima de valores morais? Até onde a humanidade poderá ir à procura de lucro? Poucas coisas condicionam a nossa sociedade da forma que o dinheiro consegue. E tal como este homem foi escravo, também nós somos escravos do dinheiro, pois esse foi o caminho que a sociedade seguiu.

Esta é uma história emocionante que demonstra a falta de valores que algumas pessoas têm, mas também é uma história sobre algumas pessoas que conseguem sorrir e manter a esperança quando parece que toda a humanidade os abandonou. O autor explorou muito bem a forma como algumas pessoas se sentiam superiores apenas porque eram "brancas" e não "pretas", como são descritas neste livro, e como essa mentalidade se demonstra cega, quer por crença, ou por conveniência. 

Neste caso, vemos como a qualquer momento a nossa vida pode mudar. Vivemos numa sociedade onde tudo está ligado, e por nossa ação ou de noutros, a nossa vida depende de certos momentos. A deste homem muda do dia para a noite, e de repente vê-se roubado do que mais ama. E assim, este livro torna-se na história da luta de um homem que por vezes deixa de acreditar na salvação, porque existem sempre momentos em que nos conseguimos levantar, e outros não. Pelo meio está a dúvida na nossa fé, o questionar do porquê tal história se passar com o narrador. Existe, mesmo que indiretamente, uma desilusão nas palavras deste homem, talvez porque viu o sombrio que o Homem pode ser, ou talvez porque se sentiu injustiçado e abandonado, talvez pela humanidade, talvez por Deus.

O que revolta, para além de termos consciência que esta é uma história verdadeira, é saber que não estamos perante um caso isolado. Desde sempre existiu escravatura, seja ela de que tipo for, e ainda hoje estas histórias continuam a acontecer... e é por isso que este livro (e claro, também o filme) devem ser mais do que algo que lemos e arrumamos na estante. Deve ser um grito de revolta por aqueles que não podem gritar. 

"12 anos escravo" é uma constante luta, mesmo que injusta, entre o bem e o mal, entre liberdade e prisão, entre direitos e o que está estipulado. A forma como o autor escreveu, pode não ser bela, mas é forte, tal como o tema pede... e talvez a grande diferença esteja no facto de ter sido escrito por quem viveu tal experiência, porque existe um toque pessoal que apenas poderá ser dado por quem sentiu o que escreve. Um livro de grande qualidade e que merece ser lido, não só para termos uma maior compreensão desta época, mas também para que passemos esses conhecimentos.

Luís Pinto 

quarta-feira, 16 de abril de 2014

SONHO FEBRIL


Autor: George R. R. Martin

Título original: Fevre Dream



Sinopse: Rio Mississípi, 1857. Abner Marsh, respeitável mas falido capitão de barcos a vapor, é abordado por um misterioso aristocrata de nome Joshua York que lhe oferece a oportunidade única de construir o barco dos seus sonhos. York tem os seus próprios motivos para navegar o rio Mississípi, e Marsh é forçado a aceitar o secretismo do seu patrono, não importando o quão bizarros ou caprichosos pareçam os seus actos. Mas à medida que navegam o rio, rumores circulam sobre o enigmático York: toma refeições apenas de madrugada, e na companhia de amigos raramente vistos à luz do dia. E na esteira do magnífico barco a vapor Fevre Dream é deixado um rasto de corpos... Ao aperceber-se de que embarcou numa missão cheia de perigos e trevas, Marsh é forçado a confrontar o homem que tornou o seu sonho realidade.


Finalmente li este livro de GRRM após várias recomendações. Há muito que o queria ler, pois sou um grande fã do autor, mas senti que para este livro seria necessário cortar a "ligação" com a famosa série de Westeros, para não existir uma expectativa demasiado alta. Claro que por muito que se tente, não é fácil conseguir criar essa rutura, e existe sempre um ou outro momento em que fazemos a inevitável comparação com a saga mais famosa do momento.

O grande trunfo deste livro são as suas descrições. É impressionante a forma suave, e ao mesmo tempo detalhada, com que GRRM nos descreve os cenários deste livro. A atmosfera que cria é tão rica, e quase palpável, ao ponto de se tornar fácil acreditar que estamos naquele barco, a ver o luar refletido naquele rio. É como se cheirássemos o ar puro do Mississípi e ouvíssemos o motor do barco e a água que bate no casco.

A outra grande qualidade está nas personagens. GRRM sabe construir personagens, dar-lhes profundidade e nunca as deixa serem demasiado boas ou más. É essa ténue linha entre o bem e o mal, que sempre existiu nos livros de GRRM, que aqui volta a fazer a diferença. A nossa personagem principal não é alguém com a qual nos identifiquemos rapidamente, principalmente porque sentimos que não a conhecemos. O autor habituou-nos a sermos obrigados a tentar ler as personagens, perceber quais os seus motivos e aqui não é diferente. Todavia, ao demonstrar os seus valores e lealdade, Abner consegue cativar aos poucos, principalmente porque é uma personagem forte e bem construída, com noções de fidelidade.

No entanto é noutras personagens que está o grande talento de GRRM. Sem avançar com nomes para não vos estragar surpresas, existem, para mim, três vampiros que tornam este livro melhor, não só pelas relações que têm entre si, mas também com humanos. Lentamente começamos a compreender estes vampiros, a forma como vivem entre si e como vivem com os humanos, e muito é graças a estes três personagens, não só pelas suas posições de liderança mas também pela sabedoria de quem vive há muitos anos.   

Outro fator interessante é o ritmo da narrativa, mais alta do que em qualquer outro romance que tenha lido do autor. GRRM capta a nossa atenção desde o início e não nos deixa parar a leitura, algo assinalável tendo em conta que a grande base deste livro são as descrições. O enredo é bom, traz surpresas e no fim acredito que não será esquecido tão cedo. Num olhar global, GRRM tem aqui um livro muito interessante, de ritmo elevado e grande capacidade para nos mostrar o que estas personagens estão a ver. A narrativa de GRRM é forte e sublime em alguns momentos, levando-nos para um estado em que parece realmente um sonho, tal como o título indica. Este não é o melhor livro do autor, o que realmente era difícil, mas lê-se rapidamente e demonstra que o autor está confortável em qualquer género, quer seja fantasia, terror ou FC. Bem diferente das histórias de vampiros que têm invadido as lojas nos últimos tempos, este é um livro que recomendo, principalmente aos fãs do autor, pois o seu estilo está presente, quer seja em Westeros ou nas águas do Mississípi. Muito bom!

Luís Pinto


terça-feira, 15 de abril de 2014

Passatempo: Tea-Bag - O sorriso da esperança


PASSATEMPO

Tea-Bag - O sorriso da esperança

de Henning Mankell


O blog Ler y Criticar, em parceria com a Editorial Presença, oferece-vos a oportunidade de ganhar um exemplar do livro de Henning Mankell, lançado hoje no nosso país.

Para se habilitarem a ganhar, basta responderem à pergunta e preencherem o questionário. apenas é permitida uma participação por pessoa e o passatempo termina dia 24 de abril!

A todos desejamos boa sorte e pedimos que partilhem este passatempo!


Sinopse:

Jesper Humlin é um conceituado poeta sueco que está a passar por uma fase algo caótica da sua vida pessoal e, para cúmulo, o seu editor, intima-o a escrever um policial, género que o poeta despreza. Um dia, Jesper vai dar uma série de palestras na zona de Gotemburgo e entra em contacto com uma comunidade de imigrantes ilegais. Mas são três jovens, em particular, que o irão marcar profundamente e inspirá-lo para uma nova aventura literária - Tea-Bag, uma refugiada nigeriana, Leila, oriunda do Irão, e Tania, uma jovem da Europa de Leste. Cada uma delas traz consigo uma história de vida, a fuga à opressão e o anseio pela liberdade, uma voz que deseja ser ouvida e que faz nascer em Jesper a vontade de a dar a conhecer ao mundo. Um romance inspirador, iluminado pela esperança, a comédia e o humor e ensombrado pela realidade trágica das vidas que sofrem a marca indelével do preconceito e do racismo.


Henning Mankell nasceu em 1948, numa pequena cidade do Nordeste da Suécia. Publicou o seu primeiro romance em 1973, mas só se tornou conhecido em todo o mundo com a obra Assassino sem Rosto, de 1991, e com outros romances policiais, protagonizados por Kurt Wallander, que a Presença tem editado na coleção «O Fio da Navalha». Henning Mankell é um dos autores mais prestigiados a nível internacional e o conjunto da sua obra, traduzida em 45 línguas, vendeu já mais de 40 milhões de exemplares em todo o mundo. Tem sido distinguido com inúmeros prémios, entre os quais o Crime Writers’ Association Macallan Gold Dagger e o German Tolerance Prize. Mankell divide o seu tempo entre a Suécia e Moçambique, onde é diretor do Teatro Avenida, em Maputo.
 

DO AUTOR DE BESTSELLERS INTERNACIONAIS

COM MAIS DE 40 MILHÕES DE LIVROS VENDIDOS



segunda-feira, 14 de abril de 2014

TIGANA: A voz da vingança


Autor: Guy Gavriel Kay

Título original: Tigana



Esta é a segunda metade do original Tigana, e por isso o seu enredo começa onde o anterior acabou, sendo aconselhável que os dois sejam lidos sem grande distância temporal. Esta questão prende-se com o facto de existirem detalhes que podem fazer a diferença na forma como vemos o enredo e tentamos antever a história.

E é nesses pequenos detalhes, que podemos esquecer durante a leitura, que está uma das várias grandes qualidades deste livro.  O autor oferece várias pistas durante todo o enredo, pistas essas que fui anotando para melhor compreensão (e também para fazer esta análise) e que realmente encaixam no enredo. No fim fica a sensação de plenitude em relação aos temas mais importantes do enredo, apesar de ficarem alguma perguntas no ar, a verdade é que percebemos que a a história tem um fim e que este é muito bem conseguido e planeado desde a primeira página.

Este 2º volume de Tigana continua com a sua narrativa lenta durante a grande maioria das páginas, para nos surpreender quando menos esperando, aumentando o ritmo e criando momentos cheio de ação ou com diálogos reveladores. É esta "montanha-russa" no ritmo que torna o livro ainda melhor, pois senti que em alguns momentos não consegui antecipar o que iria acontecer. Também os temas principais do enredo se mantêm, tal como seria de esperar, com várias questões que se levantam, desde as várias formas de controlo populacional passando pela forma como se pode criar uma revolução. Uma das questões que este livro levanta, mesmo que indiretamente, é algo que certamente muitos estudam há vários anos: o que é preciso para se começar uma revolução? Como colocamos, numa civilização apática e resignada, a ideia de que algo melhor pode e deve ser alcançado? Como convencemos as pessoas a lutar por algo melhor, sejam quais forem os riscos?

Mas, para mim, o grande trunfo deste livro está nas personagens, principalmente nos vilões. Brandin é um dos personagens mais fascinantes que já vi, principalmente tendo em conta que aparece tão pouco. O autor consegue criar dois vilões bastante distintos, principalmente na forma de governar, e que criam reacções diferentes nos leitores. Muitos são os autores que criam vilões com uma vertente mais desumana, mas Kay dá foque, principalmente, à parte mais humana dos mesmos, informando os leitores do porquê de governarem e porque o fazem daquela forma. E assim criamos uma ligação mais próxima com os vilões e somos mais neutros em relação aos motivos de cada personagem, boa ou má.

Do outro lado estão personagens boas e é difícil escolher um ou duas para mencionar nesta análise. Não demoramos muito a perceber que o autor explora as personagens, os seus passados, dá-nos os motivos e objetivos de cada uma, e existe a sensação que temos pleno conhecimento do essencial. Claro que para que tudo isto seja explorado, também fica a clara noção de que o enredo desde o início até ao fim não desenvolve o que seria de esperar de dois livros deste tamanho, pois muito do que está escrito é sobre o passado... mas em nenhum momento tal retira qualidade ao livro. 

Tigana é um enredo sobre o qual não me quero alongar. A essência deste livro está em descobrir as ligações entre personagens e seus passados, é ver como é importante saber de onde viemos e para onde vamos. a nossa identidade está nesse conhecimento que devemos passar às gerações futuras, porque sem um passado, nada temos para contar. Em alguns aspetos, Tigana tenta passar uma mensagem sobre a nossa própria existência neste mundo onde tudo está ligado, e assim transforma-se num livro mais profundo, com mais qualidade, e sobre o qual devemos pensar quando o acabarmos. Não é um livro rápido nos prende desde a primeira página. Tigana conquista-nos aos poucos e para sempre. Um nome que não esquecemos.

Luís Pinto

quarta-feira, 9 de abril de 2014

Passatempo: Gordon Ramsay - Cozinha sem limites



PASSATEMPO

Gordon Ramsay

Cozinha sem limites


Após o grande sucesso que foi o anterior passatempo com o livro deste famoso Chef, damos agora uma nova oportunidade, com um livro diferente, de conhecerem muitas das receitas de Gordon Ramsay.

Para se habilitarem a ganhar, basta serem fãs ou seguidores do nosso blog e preencherem um rápido formulário.

Apenas é permitido uma participação por fã/seguidor, por isso metam família e amigos a participar.

O passatempo acaba dia 25 de Abril.

A todos, desejamos boa sorte!


Sinopse
«Quero ensiná-lo a cozinhar boa comida em casa. Eliminando todo o trabalho árduo e toda a complexidade, qualquer pessoa pode produzir receitas de fazer crescer água na boca. Vou ajudá-lo a tornar-se um cozinheiro melhor.»
GORDON RAMSAY

Com mais de 120 receitas modernas, simples e acessíveis, Cozinha Sem Limites dará aos cozinheiros lá em casa o desejo, a confiança e a inspiração para lançarem mãos ao trabalho.