segunda-feira, 23 de outubro de 2017

A MULHER DO MEU MARIDO


Autor: Jane Corry

Título original: My husband's wife



Sinopse: Lily é advogada e, quando casa com Ed, está decidida a deixar para trás os segredos do passado. Quando aceita o seu primeiro caso criminal, começa a sentir-se estranhamente atraída pelo cliente. Um homem acusado de assassínio. Um homem pelo qual estará em breve disposta a arriscar tudo.
Mas será ele inocente?
E quem é ela para julgar?
Mas Lily não é a única a ter segredos. A sua pequena vizinha Carla só tem nove anos. Mas já percebeu que os segredos são coisas poderosas, para obter o que deseja.
Quando Lily encontra Carla à sua porta, dezasseis anos depois, uma cadeia de acontecimentos é posta em marcha e só pode acabar de uma forma… a pior que Lily podia imaginar.




Houve qualquer coisa neste livro que me despertou a atenção. Talvez o título. Comecei a lê-lo sem saber bem para onde estas páginas me iriam levar e rapidamente fiquei agarrado a este enredo com três personagens principais que facilmente encaixavam umas nas outras.

O trunfo deste livro está na sua montagem e na forma como explora as personagens. A autora aprofunda a cada página as fragilidades humanas, usando-as para sustentar as decisões durante toda a história. Com três personagens bastante distintas mas que em certas fragilidades parecem tão iguais, a autora leva-nos por um enredo onde rapidamente percebemos que estamos a ser enganados. E é essa sensação que nos faz avançar, porque sabemos que haverá uma revelação, que nenhuma daquelas personagens é quem parece. 

Com uma escrita direta e rápida, mas muito focada na mente de cada personagem, a autora leva este thriller para algo bastante psicológico, elevando a qualidade do mesmo mas também escorregando em alguns momentos mais óbvios ou forçados. No entanto é fácil continuar a ler, principalmente na segunda metade do livro onde as personagens já estão bem construídas e evoluídas graças a saltos temporais.

Apesar de não trazer nada de inovador ao género, este é um livro que se lê rapidamente e que quando acaba nos fica na memória durante algum tempo. A ideia base está bem pensada, bem conseguida e apenas o forçar ou alguns clichés lhe retiram algum brilhantismo. Não é um livro fantástico, mas é um livro que agradará aos fãs do género e que me faz ficar atento a esta autora que tem aqui uma estreia interessante.

Luís Pinto

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